quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Passos.

Hoje quando acordei vi carroças puxando bois e sorri,
Apenas olhei a mim.
O vento levou meus cabelos
E a verdade ficou.
Do que adianta a pressa,
Do que adianta passos rápidos
Dentro d’um elevador?
O mundo está vazio,
Porque tudo que nele havia
Agora está dentro de mim,
É a minha verdade,
O meu tempo de crescer e diminuir.
A carroça passa
Meus olhos acompanham-nas
Mas sei que são carros
Levando gente,
Guiando homens.
Por um momento tenho vontade de parar tudo,
Mandar em tudo,
Fazer com que todos os olhos do mundo
Vejam através dos meus.
Mas o que vejo
É que todos são cegos, assim como eu.
Eu penso,
Eu corro,
Mas meus desejos são tão rasos,
Úmidos apenas,
Lembrança de um rio que nunca passou.
É o tempo,
Eu sei que é!
É ele a resposta pra tudo.
Ninguém tem culpa.
Ninguém sabe pra onde vai.
Eu sou mais um desses desavisados,
Sedentos, desesperados e tolos
Que acreditam na ilusão de ter tudo nas mãos.
Mas tudo passa (o tempo leva)
E as verdades não são verdades pra sempre.
Hoje quando acordei vi tudo isso
Hoje quando acordei conheci a verdade
Hoje, quando chegar minha hora de dormir,
Vou esquecer de tudo que vi.
E esse lapso de pensamento
Estará sempre por concluir.
A minha única verdade
É, simplesmente,
Que devo viver
Antes mesmo de existir
Sem pressa de chegar
Sem pressa de partir.

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