quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

De vendaval à brisa num leve sopro asmático.

Era pra ser um grito desesperado, exasperado, esperado, já há muito cansado. E eu pobre mortal, vítima de mortos amores, fui enfim a deusa, o anjo, a ressurreição! Fui a recuperação! Eu que pensei sofrer pra sempre, sorri. Foi calmo: eu sorri. O que mais esperar de mim? Agora eu posso amar de novo, chorar de novo, arder de novo, morrer de novo. De novo. De novo. Nova. Envelhecerei um dia, mas lembrarei do choro recolhido num sorriso que antes era só dor, aí viverei novamente, viverei porque esse é o meu mistério. Porque se vive pra morrer? Esse é o destino dos fracos. Eu quero mais. Morro a cada instante e renasço flor, borboleta, pedra, penhasco. Renasço vida. Renasço em mim. E foi assim que aconteceu. Pensaram que mais uma vez eu ia cair e chorar e doer-me inteira. Mas não! "Eu sou mais forte que eu". Quanto tempo? Tempo de mais e de menos. O suficiente. Agora ele sorri pra mim e me abraça apertado. E eu sorrio pra ele e me sinto liberta. Agora sim é amor, antes era desespero. Agora ele entendeu. Eu entendi. O que era pra ser grito, agora é silêncio. O que era pra ser agonia, agora é festejo. O que era pra ser amor, agora é verdade. O que era pra não ser (só agora) será eterno. Porque agora ele entendeu o meu amor e eu agora entendi o “me amar”.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Último ano do curso de Letras.

É, eu deveria estar feliz, na verdade estou. Nunca fiz uma coisa tão certa na vida. Nunca me senti tão plena de certeza e verdade. A escolha perfeita. Ao menos eu posso dizer no fim dos meus dias: eu acertei uma vez e isso valeu minha vida.
Sob poesia e gramática, tive um amor, daqueles que são tão vicerais quanto irreais.Um amor que me fez chorar e crescer (escrever também). Que foi de vendaval à brisa num leve sopro.
Fiz amigos. E que amigos! Esses valeram à pena. Com eles aprendi a ser diferente (ser eu mesma), mas principalmente, aceitar as diferenças. Com eles bebi, comi, briguei, chorei, mas acima de tudo amei. Amei como a mim mesma, amei mais. Amei como parte de mim, como a parte de mim que nunca havia amado antes. Talvez por eles serem tudo que não fui e que agora sou.
Levei puxões de orelha e dei outros. Fiz chorar e fiz rir. Chorei e ri. E pra falar a verdade valeu mais o choro, porque foi com ele que ensinei e aprendi. Mas de certo o riso levarei pra vida toda. Tinha um intuito romântico de fazer Letras para fazer Literatura, mas percebi que a Literatura é maior do que qualquer desejo que eu possa ter. Mas também percebi que a poesia está em mim, a poesia sou eu. E a Literatura é o mundo. Tendo valor ou não, eu faço, eu faço parte, eu sou Literatura. Conheci pessoas-vírgulas, pessoas-exclamação, pessoas-interrogação, pessoas-prosa, outras poesia. Conheci gente. Conheci a mim. Eu me transformei, me usufrui, me consumi, mas acima de tudo, me valorizei. Me assumi.
Foram 3 anos (in)tensos, daqueles que passam como um dia, mas que valem por uma vida inteira. Tenho certeza que foram anos de aprendizado, não só do que é Língua ou Literatura, mas principalmente, do que é a vida, o amor, a amizade, a aceitação ao outro, a cumplicidade. Fiz e aconteci, mesmo tendo tantas vezes me polpado, me omitido, me acomodado.
E agora? Agora só me resta um ano, um ano curto, um ano simples, uma ano carente de presença. UM ANO. Um ano pra sentir meu coração desmaiar a cada fim de aula e reanimar-se a cada início. Um ano pra aceitar a Linguística (enfim) e se entregar um pouco menos a poesia. Um ano pra terminar e ao terminar, reiniciar, recomeçar, reiventar, REESCREVER. E tudo valeu tão à pena. Tudo foi tão, tão...Não. Não sei explicar. Não vou resumir. Não se resume algo inexplicável. Mas...eu vou pra sempre sentir, isso é certo. É mais que certo!
Mas que sofrer-de-saudade-antecipada! Meu coração parece esvaziar-se a cada dia que passa, parece que bate menos. Será realmente que se morre de saudade? Acho que não. Acho que se renasce de saudade. Se vive de novo. É a lembrança eterna, eterna saudade e eternidade é vida que nunca morre. Outros anos virão, outros amigos, outros mestres, outros aprendizes. Outra de mim virá. E renascerá do acumulado.
Espero deixar um pouco de mim no coração de vocês, assim como os levarei sempre comigo como parte de mim, parte inseparável. Cada dia desse último ano será como o último dia, e quando o último dia chegar vireverei como o primeiro. É simples, amigos: é eterno!
Aos "eus-amigos":
Nathália, minha delicadeza;
Rosangela, meu dicernimento;
Íris, minha força;
Elias, minha paciência;
Rômulo, meu riso;
Brenda, minha compreensão;
Gilberto, minha poesia;
À Carol, Jeosi, Anna, Tais e a todos os outros colegas de turma.
Aos que se fizeram presentes: Gizele, Anderson, Renato, Rita, Lane ;
A todos que foram, mas ficaram: Eliane, Ramon;
Aos mestres queridos :Paulo Nunes, Jossi Fares, Luci, Elaine, Nelly Cecília, Amarílis Tupiassú, João Carlos, Socorro Cardoso, Graça Salin, Mª do Céu, Wilton, e em especial ao mestre Sérgio Sapucay( in memoriam).
Como diria Fernando Sabino:
"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
E vocês, meus amigos, estarão sempre comigo, pois esse será UM AMOR ETERNO!!!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Bem vindos amigos: Liberdade de "Ex-pressão"!!!


Bom, como eu não tenho muito saco pra escrever aqui no blog, decidi abrir espaço pros meus amigos. A partir de hoje, esse blog vai ser compartilhado com alguns do seres que fazem parte da minha vidinha. Isso mesmo!!! Como eu não tenho muito saco, aliás, nenhum(sou mulher, ora!sou desprovida biologicamente, geneticamente de saco hahah)[piada sem graça ¬¬'], vou emprestar o lugar pra quem quiser discutir algum tema, escrever boagens, críticas ou fazer algum debate . Acredito que será interessante, já que todos os meus amigos tem um "Q" de loucura e inteligência, mesmo sendo tãããão diferentes [ ado, aado, cada um no seu quadrado]. Estes seres serão apresentados de acordo com os posts que forem escrevendo, alguns serão em conjunto. Então vamos lá avacalhar esse negócio!!! É um blog nonsense ou não é ? Então vamos DIVERSIFICAR! Libertar as "Ex-pressões", pois todos nós temos direito ao grito!!!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Um mergulho sem volta.




Clarice Lispector nasceu no ano de 1920, na Ucrânia-nem por isso menos brasileira, sendo batizada com o nome de Haia Lispector, Haia significa vida, nome mais que propício para a mulher que transbordou sua obra em existência e preencheu-a com a feminilidade misteriosa de sua alma. Com um pouco mais de um ano de idade, chega ao Brasil. E aqui renasce, a meu ver, a escritora mais sublime da nossa literatura. Quem conhece Clarice, através de suas leituras, com certeza deve ter se perguntado ao menos uma vez "quem é esta mulher?", e um pouco mais tarde, descoberto que não há resposta para tal pergunta. Clarice é sensação, mistério de sentir sem saber, ou até mesmo saber o sentir mas sem saber que o sabe. Essência! Não há explicação, ou se sente Clarice ou não se sente. Comecei a respirar Clarice há pouco, foi amor à primeira leitura, à primeira palavra. Senti como se pudesse sugar cada palavra como um pingo e transbordá-la em oceano. Não é exagero! É uma emoção tão grande, que até o que não entendo eu consigo sentir como se fosse a resposta pra todas as minhas perguntas. Seu primeiro romance "Perto do Coração Selvagem", foi escrito quando ela não tinha mais de desessete anos. Uma linguagem indescrítivel, aconselho a leitura. Mas peço atenção! É um mergulho no estilo clariciano, um mergulho "quase" sem volta. Não há como não se apaixonar. Uma mulher que adimitia ser um mistério pra si mesma, de uma personalidade densa e caleidoscópica, não poderia ser nada menos que "tudo", ou como ela mesma disse "Eu sou mais forte do que eu". Aos amantes do mistério, da beleza e da sinestesia apresento Clarice Lispector.

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada."
"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."
"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome."
"E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior que eu mesma, e não me alcanço."
"Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou um o quê? Um quase tudo."

"Sou como você me vê.Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,Depende de quando e como você me vê passar."

Bom, essa é apenas uma pequena parcela da múltipla Clarice. Espero que esse seja apenas um primeiro contato. Pra quem quiser saber um pouco mais é só ir em busca de sua obra. Ou então no site da autora. Boa leitura!

http://www.claricelispector.com.br/Default.aspx