quarta-feira, 17 de junho de 2009

[voltando]

Ritual

Prove-me do avesso!
Em ventre pulsante e saboroso
Eis que me quero carne!
Na boca tua escorrer nua
Como vìscera entre dentes
Numa delícia crua
Dos sbreviventes.
Quero-me sangue!
Ser a vida no teu corpo quente
Predador satisfazendo a presa
Numa ceia de amor demente.
Quero-me tudo que possa oferecer-te
Para deliciar-me eternamente
Entre teus lábios
Matar minha fome de amar-te
Como tua amante,
Ser a eterna louca
Que te mata pela boca
Saciando-te loucamente.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Um pedido de desculpas.

Enganos levam a mais enganos. Mas e quando a vida toma rumos que não escolhemos, há realmente sempre um jeito? Minha mãe sempre me disse que tudo na vida tem jeito, só não há jeito para a morte e é a voz dela que ta me guiando nesse momento juntamente às palavras de um novo amigo, Anselmo, que com suas palavras me trouxe conforto, paz de espírito pra poder enxergar além do orgulho. Talvez não seja o meio e nem a forma certa pra se consertar esse engano, mas é o jeito que encontrei. Talvez isso não resolva, mas dentro de mim ao menos, eu consertei.

Nem sempre somos nós que cometemos os erros que mudam o rumo de nossas vidas, mas somos, muitas vezes, os únicos a obter o poder de consertá-los. O fato é que alguém cometeu um erro, um erro que me ofendeu e me magoou muito. Não vem ao caso se foi proposital ou não, se foi num momento de descontrole emocional ou não. Isso já não tem a mínima importância. Aqui as posições se invertem: quem não teve culpa pede desculpas.

Amizade nada mais é que doação. Sei que pra muitos pareço não ser a melhor amiga do mundo, mas sempre faço tudo que posso. As vezes sou dura, outras passível até demais, mas tudo que faço é honesto e sincero, é o que eu posso dar, o melhor de mim, mesmo que nem sempre seja o suficiente. Mas uma coisa é certa, faço sempre pelo bem dos amigos que amo. Quantas e quantas vezes já abri mão da minha própria felicidade pela felicidade de um amigo e não me arrependo nem cobro, faço pelo amor que lhes devoto. Amizade é doar-se sem cobranças, sem esperar nada em troca. E é justamente essa doação recíproca o alicerce de uma amizade verdadeira, e sem isso não há amizade.

E é por esse sentimento sincero que peço desculpas, nem sei ao certo porque, nem sei se esse o caminho certo pra consertar esse engano. Peço desculpas, não por ter culpa, mas por acreditar na existência de uma amizade verdadeira e por não querer que ela se acabe por uma bobagem, infantilidade até. Peço por querer preservar uma coisa que sempre foi valiosa pra mim, que eu acreditei sinceramente que fosse pra vida toda e mesmo que eu tenha me enganado pelo menos vou ter a certeza que eu fiz de tudo pra manter essa amizade sempre de pé. Admito que o simples fato de teres duvidado disso me magoou e muito, mas acredito em algo maior e por isso digo...

Desculpa se alguma vez minha amizade não pareceu sincera, se eu não fui a amiga que esperavas que eu fosse. Mas pode ter certeza que eu sempre dei o melhor de mim. Senti tua falta...

É muito difícil engolir o orgulho pra pedir desculpas, ainda mais quando se é julgada por uma inverdade, mas mesmo que isso não mude nada eu vou ter a certeza que eu, ao menos, fiz meu papel de amiga. E se esse não for um recomeço é porque nunca houve um início. A via não é nem nunca foi de mão única, pena não teres reconhecido isso.

PS.:Não preciso dizer pra quem esse pedido, acho que só a uma pessoa interessa e se essa pessoa ler vai saber que é pra ela.

Bom... é isso.

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terça-feira, 12 de maio de 2009

Depois dessa...

PASMEM!!! :O










Agora já não me sinto sozinha no mundo!rsrs


Acreditem ou não isso existe e é natural. Essa moça bonita se chama Norma Stitz, é ela que tem a sorte (ou desgraça) de ser a mulher com as maiores glândulas mamares do mundo. 170 centímetros de puro peitão, tá meu bem!

Norma Stitz diz que os homens costumam fixar-se em seus "atributos" e ficam sem palavras, só olhando para seus "bebês" .O difícil é saber se isso é melhor ou pior pra ela.

Depois dessa imagem JURO que vou parar de reclamar dos meus!




E ela não reclama não,e ainda completa:

"Quando as pessoas me perguntam por que não me faço uma redução, eu lhes digo: "estão loucos?". Amo minhas "lolas" que me permitem uma famosa vida. Tive ofertas de todas os canais de televisão, pagando para que eu os exiba".


Só há um problema: o homem que mergulhar nisso talvez não volte nunca mais!


Ai ai agora me sinto bem melhor!

:p

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sábado, 9 de maio de 2009

Palavras soltas.

Cartas não escritas estão sobre a mesa. Postam-se como prendas: presente para o nosso passado sem linhas, margens ou letras. Ao lado há uma caneta ensaiando confissões que, num repente incontido, despeja o preto no branco. Agora não há mais como fugir. O que não estava escrito começa a ser lido.


O passado começa a acontecer.


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quinta-feira, 7 de maio de 2009

Se eu não tivesse P*** seria cômico. ¬¬'




Sardinha em lata. Muitas sardinhas em poucas latas (sardinhas e baleias). Foi como eu me senti hoje: enlatada.
Greve dos rodoviários, greve do bom humor. E depois de ter que dar um voltão pra poder conseguir chegar na faculdade, na volta, ainda fui esmagada num ônibus LOTADO. Eu disse LOTADO? Na verdade o ônibus tava LOTAAAAAAAAADO!!!Se bobear tinha gente até no colo do motora.

Pense...
Gente gritando:

-Licença ai, licença ai (bolsada na cara,pisão no pé, e aquela velha arrochada)
-êêê motora, peraí tem gente pra descer.
-ÊÊÊÊÊ motora seu corno! a parada cara***! Filho da P***!

"Calor humano", "gente educada"...Oh vida boa!

Mas a imagem do dia foi:

Uma calcinha azul com rendinha no cós, daquelas que se compra no comércio pela bagatela de R$ 1,50, pendurada na alavanca da janela ( aquela da saída de emergência) do ônibus. Ah detalhe: tinha alguma coisa amarelada no fundo. blah!!!


Prefiro não comentar! ¬¬'

Eu mereço!

Aff dia de cão!

Ops!de sardinha!



^^

Adoradora de imagem.

Roubei tua imagem. Furta cores tuas na minha íris entre aberta: olhos claros escurecendo-se no escuro. Fecho os olhos para guardar-te numa prisão eterna onde raios de sós me fazem a tua companhia, acendem horizontes de "esperâncias" e me mostram a real distância entre nós.Mas já tão cansados de teres partido iluminam teu retrato ao meio, luz. Não te apagues! Suplico.

Sorris. Flash. Capturo-te invisivelmente em cada lágrima de saudade. Mergulho-te em partículas de luz, ilumino-me ao rever teu rosto apagando a saudade por curtos instantes. Era pra ser real. Aclaro-me, apago. Fotovagueando um sonho perdido, alcanço-te. És real, me forço a crer-te em mim, mas quando caio em mim, percebo-te longe. Estais onde? Mostra-te!

É o teu retrato de novo, assombrando meus dias, revelando desejos ocultos num culto esquecido pelo tempo, ascendido pelo retorno da tua imagem: minha imaginação(?)

Teu rosto em viagem é o meu sonho retornando para a nossa casa, nossa verdade: nosso amor ainda não revelado, revelado num retrato de saudade.

O porta retrato está vazio, cheio de lembranças e a minha imagem volta a refletir “esperâncias”. Volte logo!

Flash...


Para Ele.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

"Eu ando lendo Clarice", para Nathália Fonteles

Dias conturbados. Me falta muito de mim pra escrever o mínimo que seja, mas mesmo que a minha vida esteja um tanto parada e, simultaneamente, provocando turbilhões dentro de mim, há sempre algo proveitoso nesses dias mal corridos. Coisas nem sempre agradáveis, mas que de uma forma ou de outra se transformam em aprendizado. Como diria meu amigo Gilberto, tudo é motivo para um texto. Então vamos lá.
Já perdi a conta de quantas pessoas, amigos na maioria das vezes, já tentaram me analisar, me definir. Sabe aquele tipo de amigo que sabe (ou acha que sabe) mais da tua vida do que tu mesmo? Pois é, tenho alguns desse tipo. No entanto, a soma de cada um desses rótulos talvez chegue ao nada de mim: meus todos. Ou talvez ao tudo de mim: um nadica de nada. Ou, talvez, as duas coisas. A verdade é que não sou muito fã de definições, mas entendo meus amigos, nem sempre concordo com eles, mas os entendo. As vezes eles me veem como se eu fosse um espelho e não percebem isso, mas minha “lourice” não é tão burra quanto julga O pensador. É fácil perceber os outros e nem sempre a nós mesmos, por isso rotulamos o que e quem vemos para, no fundo, definir a nós mesmos. Mas essa semana foi diferente: alguém me surpreendeu.
No momento que eu menos esperava, em que meu estado de espírito estava tão sem espírito, num dia de ressaca por causa de uma decepção. Eu estava com a cabeça longe, pensativa, triste, enfim. Eis que ouço a coisa mais sensata e fielmente triste a mim que já tinha ouvido até então. O nome da descobridora – sim porque eu me senti descoberta, desmascarada – é Nathália, uma amiga sempre presente na minha vida, pessoa que já teve tempo suficiente pra me conhecer e/ou desconhecer, que já presenciou as minhas várias faces lunares. É porque eu sou de lua, mas quem não é? Ela, numa simples frase, falou mais de mim do que havia falado nesses quase quatro anos de amizade.
Estávamos sentadas na lanchonete da Unama, caladas, sem assunto, só pra passar o tempo mesmo. Ai passa uma menina com o cabelo rastafári e eu, talvez só pra quebrar o silêncio, falo:
- Um dia eu ainda faço isso no meu cabelo. Um dia...
Ela me olha e com cara de tédio e me responde, simplesmente:
- Ai ai Karina! Tu vives da ausência dos teus desejos.
E eu, só pra não dar moral, respondo:
- Talvez...
Voltamos ao silêncio, ao menos aparentemente, porque aquela frase ficou gritando dentro de mim.

Tu vives da ausência dos teus desejos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Por que ela tinha que dizer isso? Por que?! E por que eu ainda não tinha percebido isso? Por que?!

Mas eu tive que dar meu braço a torcer, mas claro! sem dar muita moral. Ai, depois de uns cinco minutos, olho pra ela e digo:
- Sabe Nathália, essa foi a coisa mais inteligente que tu já disseste sobre mim.
E ela, com aquele sorriso angelical de sempre, me diz:
- É que eu ando lendo Clarice.

(Clarice... As vezes chego até a confundir as existências.)

Aquilo ficou na minha cabeça. Aquela simples frase mexeu comigo e não foi por acaso.

Tu vives da ausência dos teus desejos.


EUREKA!!!
EUREKA!!!
EUREKA!!!


É verdade. É triste admitir, mas o que a Nathália falou é a mais pura verdade. Eu já nem sei mesmo o que eu desejo de verdade, se é que há algum desejo em mim. Não sei se eu tenho sonhos, ambições. Se tudo que digo que quero é o que eu realmente quero. Já não sei.
Será que eu vivo, como a Nathália disse, da ausência dos meus desejos ou da invenção dos meus desejos? Já não sei mais de nada. E quer saber? Já não quero nem saber!
Nem sei porque eu to escrevendo sobre isso. Talvez eu preencha essas ausências inventando textos. Talvez...



Eita! Já to viajando! (pra variar!)
Bom...Já chega desse papo, porque isso já ta parecendo coisa de EMO.


Esse post vai pra minha amiga que lê Clarice: Nathália FREUD Fonteles. rsrsrs

São essas coisas que me fazem pensar:

Como é bom ter amigos inteligentes!


:P

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Lembrança-Esperança: para um grande amor.

(...)Quero que o meu amor te faça livre,
Que meus dedos não te prendam
Mas contornem teu raro perfil
Como lábios tocam um anel sagrado(...)

(Lya Luft)



Por que ainda te espero se não sei se vens?
Fico a vagabundear metáforas, mas apenas tua imagem, exatamente como é, passeia em minhas letras mal escritas.
Vem...
Minha memória manual te recria no vazio enquanto invento teu cheiro no vento, te reinvento. Sinto.
Estais aqui.
Ouço tua voz a cantar a música que nunca cheguei a ouvir, vejo teus longos dedos a deslizar sobre as cordas do violão numa perfeita harmonia de voz e som.
Teu poema soa nos meus ouvidos, suo em inspirações para os meus sentidos.
Amo-te tanto!
Amo-te ainda.
Amo-te pra sempre...
Sinto teus passos se aproximando do meu quarto fechado, vejo no escuro toda a clareza da tua existência. Nosso segredo, nosso amor calado. Sorrio com tamanha alegria e anseio. Até que sinto teu toque e tremo. Agora estais aqui, esperei tanto!
Estamos, mais uma noite, na mesma cama de solteiro. Estamos, eu e tu, descobrindo-nos num espelho recíproco. Não te saias de mim! Não me perca em si. Repito a modelagem do teu rosto. Não posso esquecê-lo nunca. Sei, de alguma forma, que estarás sempre dentro de mim, assim como agora. É tudo tão perfeito, até mesmo teus defeitos!
O barulho é nosso inimigo, mas sempre nos rimos no silêncio esquecido.
És tão lindo! Suspiro.
És tão linda! Ouço com meus ouvidos quase grudados aos teus lábios.
Eu te amo tanto, mas não me esqueço da partida.
Não me amas, ainda.
Bom dia! Nosso semblante de crianças travessas.
Mais um dia. Mais uma vida.
Agora é despedida.
Meu choro, minha partida.
Meu sonho jogado em tuas mãos.
Tempo tempo tempo tempo...
Quando não esperava mais, me disseste EU TE AMO!
Nunca te esqueci.
Eu também não.
Por que ainda te amo?
Não me importo mais.
Continuarei te esperando.

Essas poucas e pobres palavras são pra dizer que AINDA TE AMO!

Continuas sendo meu sonho!

Até um dia...

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domingo, 19 de abril de 2009

Um outro olhar.

As aparências enganam? Não. Nós que nos enganamos a nós mesmos: medíocres visionários! Tudo é como é, porque a visão da verdade está na nossa verdade, assim como a beleza está nos olhos de quem a vê e não no que se vê, porquanto nem tudo que é visível é a verdade e nem tudo que é oculto é inexistente, ou seja, parafraseando tio Shakspeare (muita audácia da minha parte), há mais coisas entre a aparência e a verdade do que sonha nossa vã hipocrisia. Se digo isso é porque a aparência nada mais é que uma questão de (pré)conceito. E quando falo de preconceito, não falo apenas no sentido pejorativo da palavra, mas principalmente do conceito que é estabelecido precipitadamente, sem qualquer fundamento, conceito que muitas vezes nos impede de ver as coisas e as pessoas exatamente do jeito que elas são.

Claro que se há de convir que a possibilidade de sermos enganados pelos nossos próprios olhos é gigantesca, é como se o mundo conspirasse para a nossa cegueira, não a cegueira no sentido literal, mas a cegueira perceptiva, sensitiva, pois até o olhar mais sensível pode se enganar diante das aparências e se isso acontece é porque há vários tipos de verdade, por exemplo: as dissimuladas, as que se fundem com mentiras ou invenções, as verdades que já foram mentiras e as verdades relativas. E é essa pluralidade que confunde nossos sentidos e enevoam nossa visão. Mas nada é impossível (com exceção da própria impossibilidade), basta querer ver além das aparências.

Mas, mas, mas...Eeee ei tia, como a gente faz isso?

Elementar meus caros:

TUDO É UMA QUESTÃO DE SENTIR.

(É, eu sei que já disse isso algumas vezes, mas vou bater nessa tecla sempre!)

Acabou aquela história de que a primeira impressão é a que fica, vamos pensar e sentir uma pouco mais! Chega daquela história de “meu santo não bateu com o dele(a)”! Chega de julgar pela aparência! Chega de conceitos pré estabelecidos! Chega!!!
Assim como eu cansei da superficialidade burra de julgar as pessoas pela aparência, cansei mais ainda de ser julgada. Por isso agora eu busco a simplicidade da verdade. Sim, porque a verdade é simples, mas eterna , enquanto que a aparência é complexa porque é, quase sempre, mascarada e por isso fugaz.

Ver além do que se pode ver e menos do que se pode sentir: essa é a única aparência que atribuo aos meus sentidos, minha verdade absoluta.

Vamos lá, não é tão difícil assim! Vamos atribuir um pouco mais de essência às pessoas e a tudo. Vamos sentir mais e julgar menos. Vamos ouvir mais e falar menos. Porque tudo é exatamente como é, o que define a sinceridade é a forma como vemos e sentimos, é a sinceridade do nosso olhar. A verdade é simplesmente uma questão de reciprocidade: um espelho.

Por isso, não se enganem com “suas” aparências!


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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Sentido: fazer e ser.

As coisas fazem sentido quando elas não fazem sentido nenhum. Hoje parei pra pensar nisso e pensar no que me faz pensar e fazer ou não isso. Fazer sentido pra mim é falta de criatividade, que graça tem? Acho que foi o Woody Allen que disse uma vez que “a coerência é o fantasma das mentes pequenas”, não que eu seja genial ou coisa parecida, na verdade passo bem longe disso, mas eu acho que nunca fui uma pessoa muito coerente e no meu caso isso me pareceu sempre falta de inteligência mesmo (malditos genes loiros!). É engraçado, quando eu escrevo minhas bobagens, escrevo sem pensar, são palavras aleatórias que vou juntando uma a uma, sem prestar atenção se elas fazem ou não sentido e no fim não é que acabam fazendo! É meio maluco e eu adoro que seja assim. É simples: eu só escrevo porque eu preciso, é só. Mas não era sobre mim que queria falar e sim sobre coisas que não fazem sentido, mas que, no fundo, fazem. Será que Freud explica? Veremos.

Pra começar vou usar uma frase de um amigo meu, o Elias. Ele por si só não faz sentido algum, mas a frase é mais interessante. Vamos a ela:

“ Lá vem a lua no céu, redonda como um tamanco. Se não gostas de mim, por que mataste o cachorro?”

Bom, Freud diria que ele tem um distúrbio psicológico gravíssimo. Professor Pasquale o reprovaria por incoerência textual. A Carla Perez diria que ele é um gênio. Eu, provavelmente, concordaria com a Carla Perez, porque querendo ou não isso faz sentido. Vai levar uma tamancada de uma mulher raivosa depois de ela ter pisado na merda pra ver se você não vai ver a lua! Não é uma forma poética de se dizer uma coisa dessas? O Elias é um poeta. Tenho muito orgulho dos meus amigos. *hum**hum**cof**cof*.

Além das frases de impacto, como a do meu “queridíssimo” amigo, há também muitas outras coisas que aparentemente não fazem sentido. Os sonhos, por exemplo, eles tem por característica intrínseca a falta de senso, uma não obediência às leis que nos regem quando estamos acordados. Os meus então, são uma confusão só e eu quase nunca os entendo, mas até a falta de coerência do sonho tem um significado. Freud explica! Pra ele o sonho é a realização de um desejo, mesmo que tal desejo seja um desejo recalcado, não assumido. Por exemplo, quem nunca, em sonho, teve uma noite de amor inesquecível com uma pessoa que na vida real seria impossível? Quem nunca “pegou” a namorada(o) de um amigo(a), no sonho? Quem nunca pecou em sonho que atire a primeira pedra! Eu não vou atirar essa pedra porque sou contra a violência. Há! Meu sonho! [risos]

Outro exemplo nonsense é torcer por um time (sem citar nomes) que está na terceira divisão e ainda correndo o risco de ser rebaixado pra uma quarta divisão, isso parece não fazer sentido. Mas vai dizer isso pra um torcedor fanático e iludido. Que fique bem claro que não tenho nada contra a paixão dos brasileiros pelo futebol, mas deve ser triste torcer pra um time que já está no fundo do poço e só não cai mais porque a CBF ainda não inventou uma quinta divisão, ainda! Enfim, o simples fato de torcer, a emoção, a adrenalina, geram todo o sentido do ato, pelo menos é o que eu acho, não que eu entenda de futebol, mas como não achei nenhuma explicação convincente, vai a minha mesmo e vocês vão ter que engolir!

Agora vamos analisar as questões sentimentalóides. Ah o amor! O amor é lindo vocês não acham? Eu não. Mas vou explicar o por que. O amor por si só é um contra-senso, é a Síndrome de Estocolmo disfarçada. Como é que nós, seres humanos, conseguimos devotar tanto amor a pessoas que nos fazem sofrer? Como conseguimos não amar a quem nos ama? E, principalmente, por que nunca estamos satisfeitos, mesmo quando nosso amor é correspondido? Não consigo entender o fato de que a maiorias das pessoas passam a vida buscando o amor verdadeiro, como se fosse a coisa mais maravilhosa do mundo, a perfeição em forma de sentimento. E não é. Se formos colocar numa balança os prós e os contras que o amor nos traz, veremos que nem sempre compensa, pois muitas vezes o amor traz mais sofrimentos que alegrias e isso não parece nada coerente: a busca incansável de uma coisa que, no fim, acaba não correspondendo nossas expectativas. Mas...MUITA CALMA NESSA HORA! O amor tem sua graça sim. Esse maniqueísmo paradoxal é a mais estonteante sensação que podemos sentir na vida. A não certeza de nada. O não fazer sentido nenhum e o querer sentir mais e mais. Sabem porque? Por que todo ser humano, bom ou mau, é movido pelo amor. Porque o amor é a imperfeição que se iguala mais perfeitamente com nossas imperfeições, ou seja, nós e o sentimento denominado amor, somos farinha do mesmo saco. Basta colocar um copo d’água e o chibé está pronto!

E por fim, qual é o sentido de uma pessoa que não faz sentido estar escrevendo um texto sobre fazer ou não sentido? Nenhum! E precisa? Tudo depende da forma que vemos as coisas e lidamos com as situações que a vida nos impõe. Basta sentir. E tudo será “sentido”.


Karina Lobo, em 01/04

Merece um post!

Esse texto foi escrito pelo meu amigo Elias como comentário do post anterior( poema (en)contra língua). O merecimento vai pelo fato de que ele NUNCA escreve em poesia, ou pelo menos até agora. Um dia, se ele permitir, espero postar aqui algum texo em prosa dele. Muito bem cabeção! Foi um belo começo e valeu mesmo! Eu não disse que só tenho amigos inteligentes!^^ hehehe




Quem precisa de língua-pátria?
Quem precisa, de fato, falar?
O que precisamos é nos comunicar,
de forma clara e eloqüente, com trema, sem teima, sem deixar de fazer, de dizer, de pensar.
Se é para ser dito, que seja declamado
Se é para pensar, que seja meditado
Se é para ensinar, prefiro um velho ditado
Afinal para que serve a língua, senão para lubrificar a saída do que temos em mente,
e para sorver os sabores da vida?
Que se explodam os gramáticos, que os linguistas vão pelos ares.
O que eu tenho para dizer, eu digo com as mãos, eu gesticulo com os olhos, eu choro com o pensamento, na língua que nasci, nas que aprendi quando cresci ou na qual morrerei.
E tudo o que eu gostaria de saber agora é: Whadda fuck is happening with this damn world?
Peace! ^^y

domingo, 29 de março de 2009

Poema (en)contra língua.

Escrito em 28 de março.



L(M)íngua.

Cada ponto dessa linha me equivale, vírgula.
Cada vírgula nesse ponto me equivale, frase.
Cada espaço desse tempo
Cada modo desse verbo
Cada voz
Cada termo,
Essencial ou não,
Me equivale
Porque sou eu minha própria língua
Ainda que a palavra “regra” me cale.
Se conjugo, esconjuro:
Libera nos domine!
Só me solto
Não me importo
Contra o verbo
Solto o verbo
Só me falo da maneira que me quero
Minha língua é pra beijar
Suco desejoso da liberdade
Aquém-além mar
(M)eu português-identidade.

segunda-feira, 23 de março de 2009

O que você já quis ser antes de crescer? (ainda não conclui)

Eu quis ser criança pra sempre,correr como quem corre pro futuro sem pretenção. Brincar num quintal enorme, subir em árvores gigantes, sujar minha roupa branca de terra, verde, bicho, fruta pra saber o que é a liberdade.Eu quis ser um astro, mas antes, quis ser o céu: ser ora azul, ora negro, e entre eles, me trasformar em vermelho ou cinza pra saber como é a rotina de mudar. Quis ser um gigante, mas antes, quis ser um anão pra poder experimentar dimensões. Eu quis ser uma folha que oscila ao vento, e também ser o vento pra poder descobrir se é mais gostoso a sensação de beijar ou de ser beijado.Eu quis ser o próprio beijo pra saber como é estar em dois lugares ao mesmo tempo e pra descobrir como transformar dois em um. Eu quis ser um sonho ainda não sonhado pra ter a noção do desejo sendo ainda preparado. Eu quis ser incrível, voar como um pássaro,ser uma super heroína lúcida e forte pra saber como é não ter medo. Eu quis ser o passado esperado,o presente passado e o futuro vivido pra saber como e não ter nada marcado. Eu quis ser os ponteiros de um relógio digital pra me encontrar perdida. Eu quis ser um segredo, uma palavra nunca dita pra saber aonde o silêncio alcança. Quis ser também o grito nunca ouvido pra conhecer o desespero. Quis ser um abraço de despedida e também de reencontro pra conhecer o peso da saudade. Quis ser um sorriso pra sentir a sinceridade.

sexta-feira, 13 de março de 2009

quinta-feira, 5 de março de 2009

Nonsense (poema)

Não quero mais buscar o sentido das coisas
Que me fazem perder os sentidos,
Quero sentir nonsense!
Sentir como se sente o vento:
Um toque,
Um adeus
E a lembrança
Fixada no frescor da pele.
Andar descalça
Olhar pro céu
Pensar no rio
E rir o meu melhor riso
Guizo a prenunciar passagem,
Lembrança em viagem.
Quero ouvir o som
Que o vento toca
E retoca num Déjà Vu:
Música que se compõe ouvindo.
Quero a liberdade do nu
De me despir de tudo que me molda,
Ser abstrata.
Quero correr para buscar
Um não sei o quê
E voltar pra casa alegre por encontrar
Quero não saber lidar
E usar e ter e sentir
Cada vez mais gastar
Quero ser nonsense!



Esse é o poema que inspirou o nome do blog, escrito há alguns meses. ALOHA!!! :p

Roupa

Que morram os modismos!
Estilos imutáveis
Não quero um estilo,
Quero variáveis!
Quero formas, jeitos, sentidos, ser, estar.
Não. Eu não uso roupa-rótulo.
Minha tez é que me veste
Não é etiquetada, mas é marca registrada.


Em constante mutação,
Como bicho,
Sou alheia a qualquer tipo de prisão
Respeito quem se prende,
Mas exijo meu direito de liberdade.
Quero sim, meu direito ao não!
Quero ser diferente em igualdade.


Passo solta entre panos
Passo livre, não me encaixo.
Mudo,
Transmuto,
Reviro-me do avesso
Nada me cabe por fora
A mim teço,
E só por dentro me acho.

Caleidoscópio

“Sem ‘estado de alma’ nenhum, sonho ver-te. A tua beleza pra mim está em existires. A tua grandeza está em existires inteiramente fora de mim.” (Fernando Pessoa)

Me olho no espelho tento ver meu rosto, mas ele reflete apenas a tua imagem. Minha beleza silenciosa te grita, não há resposta nem eco. Oco. Ainda nem sei se existes, era mais calmo quando havia certeza, mas agora a tua imagem se fragmenta num caleidoscópio humano de cores e sensações mutantes e adversas. Agora me vejo montando pedaços de ti, formando e reformando-te em arte. É meu querido, sou artista de ti−sem dom. E o meu rosto é apenas uma loucura obscena, um nu de mim mesma. Há um sem-número de imagens refletidas num jogo de espelhos policromos. Há a tua quase existência sendo refeita num giro ausente da minha figura triste e invisível. Loucura? Delírio?
Por vezes penso em ti a ponto de te inventar, outras ao cúmulo de te ser. Seja uma criação da minha irredutível carência, seja uma necessidade da tua existência, seja pura loucura (é loucura), o fato é que já não sei até que ponto somos nós, até que ponto somos, tu e eu, sós. Deves ser a parte que me falta, o quem em mim não existe, és, meu querido, a contemplação dos meus olhos tristes. Ou não, és apenas tu (?). Mas a Loucura já me disse que “tirada a ilusão, toda obra desmorona” e o que seria de mim sem a doce ilusão da tua existência? O que seria da ilusão sem mim? Existir.
E eu, adoradora de enigmas, que desvendo os segredos mais íntimos num olhar, num sorriso. Eu que sempre sei o que se passa (não em mim, pois sou meu maior mistério) nas mentes e corações. Eu que num minuto de silêncio ouço confissões involuntárias. Eu que te crio e recrio nem sequer consigo entender, desvendar teu mistério.
É essa a imagem que tenho de ti, a que tu me permite ter: pedaços que dançam no meu pensamento, fragmentos dispersos e confusos. Basta uma palavra tua e tudo se esclarece. Mas não, nunca me digas! Te amo por não entender. A beleza de tudo isso é desconhecer, é poder te amar e não ter, é poder sentir e não beijar. Mas como quero, aí sim será mais belo.
Também não tente me entender, sou incoerente e tenho uma inquietude infindável em minha alma. Nunca espere de mim certeza, pois a “coerência é o fantasma das mentes pequenas” e a inconstância é minha essencial substância. Não há máscara nenhuma a encobrir meu rosto, há multifaces desnudas e misturadas. Escolha a que mais te agrada ou queira-me inteira: tenha-me todas.
Me chame do que quiser, sou louca sim: amo. Amo sem entender, as vezes nem é amor, mas quero tanto que amo mais e mais.
Tenha medo de mim, pois sou o caminho no qual podes te perder (as vezes encontramos nosso destino no caminho que tomamos para fugir dele). Tenha medo porque a felicidade assusta.
Fuja e me encontre no mesmo jogo de espelhos que te vejo, onde me perdi: caleidoscópio humano em si.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Poeminha simples.

Talvez eu realmente não tenha nenhum talento pra escrever, mas mesmo tendo plena consciência disso, não consigo parar. É que as vezes, inesperadamente, me vem um suspiro repentino e apaixonado em forma de palavra. Não é inspiração, é necessidade. Às vezes esse suspiro se transforma em canção, outras em silêncio. Mas sempre me liberta, me acalma, me alimenta. E num desses dias, me veio mais um suspiro e saiu esse poeminha simples.



Terra seca.

É saudade.

Os dias passam cheios de preguiça,

A presença enguiça

E nada se move (nem comove):

imóvel-inativo-seco.

É saudade

E a terra é tão fria

A cama vazia mais ainda.

Quando aprendi a chorar,

Parei.

A dor é tranqüilidade

E a outra forma,

A saudade,

É salvação.

Sem lágrima,

Sem ele

Tudo é calma

É vazio de mim

É não-vida.

As palavras voltam

Verdes à árvore.

O pensamento,

À semente.

E o sentimento

(ainda sem nome)

À espera da chuva.


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

De vendaval à brisa num leve sopro asmático.

Era pra ser um grito desesperado, exasperado, esperado, já há muito cansado. E eu pobre mortal, vítima de mortos amores, fui enfim a deusa, o anjo, a ressurreição! Fui a recuperação! Eu que pensei sofrer pra sempre, sorri. Foi calmo: eu sorri. O que mais esperar de mim? Agora eu posso amar de novo, chorar de novo, arder de novo, morrer de novo. De novo. De novo. Nova. Envelhecerei um dia, mas lembrarei do choro recolhido num sorriso que antes era só dor, aí viverei novamente, viverei porque esse é o meu mistério. Porque se vive pra morrer? Esse é o destino dos fracos. Eu quero mais. Morro a cada instante e renasço flor, borboleta, pedra, penhasco. Renasço vida. Renasço em mim. E foi assim que aconteceu. Pensaram que mais uma vez eu ia cair e chorar e doer-me inteira. Mas não! "Eu sou mais forte que eu". Quanto tempo? Tempo de mais e de menos. O suficiente. Agora ele sorri pra mim e me abraça apertado. E eu sorrio pra ele e me sinto liberta. Agora sim é amor, antes era desespero. Agora ele entendeu. Eu entendi. O que era pra ser grito, agora é silêncio. O que era pra ser agonia, agora é festejo. O que era pra ser amor, agora é verdade. O que era pra não ser (só agora) será eterno. Porque agora ele entendeu o meu amor e eu agora entendi o “me amar”.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Último ano do curso de Letras.

É, eu deveria estar feliz, na verdade estou. Nunca fiz uma coisa tão certa na vida. Nunca me senti tão plena de certeza e verdade. A escolha perfeita. Ao menos eu posso dizer no fim dos meus dias: eu acertei uma vez e isso valeu minha vida.
Sob poesia e gramática, tive um amor, daqueles que são tão vicerais quanto irreais.Um amor que me fez chorar e crescer (escrever também). Que foi de vendaval à brisa num leve sopro.
Fiz amigos. E que amigos! Esses valeram à pena. Com eles aprendi a ser diferente (ser eu mesma), mas principalmente, aceitar as diferenças. Com eles bebi, comi, briguei, chorei, mas acima de tudo amei. Amei como a mim mesma, amei mais. Amei como parte de mim, como a parte de mim que nunca havia amado antes. Talvez por eles serem tudo que não fui e que agora sou.
Levei puxões de orelha e dei outros. Fiz chorar e fiz rir. Chorei e ri. E pra falar a verdade valeu mais o choro, porque foi com ele que ensinei e aprendi. Mas de certo o riso levarei pra vida toda. Tinha um intuito romântico de fazer Letras para fazer Literatura, mas percebi que a Literatura é maior do que qualquer desejo que eu possa ter. Mas também percebi que a poesia está em mim, a poesia sou eu. E a Literatura é o mundo. Tendo valor ou não, eu faço, eu faço parte, eu sou Literatura. Conheci pessoas-vírgulas, pessoas-exclamação, pessoas-interrogação, pessoas-prosa, outras poesia. Conheci gente. Conheci a mim. Eu me transformei, me usufrui, me consumi, mas acima de tudo, me valorizei. Me assumi.
Foram 3 anos (in)tensos, daqueles que passam como um dia, mas que valem por uma vida inteira. Tenho certeza que foram anos de aprendizado, não só do que é Língua ou Literatura, mas principalmente, do que é a vida, o amor, a amizade, a aceitação ao outro, a cumplicidade. Fiz e aconteci, mesmo tendo tantas vezes me polpado, me omitido, me acomodado.
E agora? Agora só me resta um ano, um ano curto, um ano simples, uma ano carente de presença. UM ANO. Um ano pra sentir meu coração desmaiar a cada fim de aula e reanimar-se a cada início. Um ano pra aceitar a Linguística (enfim) e se entregar um pouco menos a poesia. Um ano pra terminar e ao terminar, reiniciar, recomeçar, reiventar, REESCREVER. E tudo valeu tão à pena. Tudo foi tão, tão...Não. Não sei explicar. Não vou resumir. Não se resume algo inexplicável. Mas...eu vou pra sempre sentir, isso é certo. É mais que certo!
Mas que sofrer-de-saudade-antecipada! Meu coração parece esvaziar-se a cada dia que passa, parece que bate menos. Será realmente que se morre de saudade? Acho que não. Acho que se renasce de saudade. Se vive de novo. É a lembrança eterna, eterna saudade e eternidade é vida que nunca morre. Outros anos virão, outros amigos, outros mestres, outros aprendizes. Outra de mim virá. E renascerá do acumulado.
Espero deixar um pouco de mim no coração de vocês, assim como os levarei sempre comigo como parte de mim, parte inseparável. Cada dia desse último ano será como o último dia, e quando o último dia chegar vireverei como o primeiro. É simples, amigos: é eterno!
Aos "eus-amigos":
Nathália, minha delicadeza;
Rosangela, meu dicernimento;
Íris, minha força;
Elias, minha paciência;
Rômulo, meu riso;
Brenda, minha compreensão;
Gilberto, minha poesia;
À Carol, Jeosi, Anna, Tais e a todos os outros colegas de turma.
Aos que se fizeram presentes: Gizele, Anderson, Renato, Rita, Lane ;
A todos que foram, mas ficaram: Eliane, Ramon;
Aos mestres queridos :Paulo Nunes, Jossi Fares, Luci, Elaine, Nelly Cecília, Amarílis Tupiassú, João Carlos, Socorro Cardoso, Graça Salin, Mª do Céu, Wilton, e em especial ao mestre Sérgio Sapucay( in memoriam).
Como diria Fernando Sabino:
"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."
E vocês, meus amigos, estarão sempre comigo, pois esse será UM AMOR ETERNO!!!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Bem vindos amigos: Liberdade de "Ex-pressão"!!!


Bom, como eu não tenho muito saco pra escrever aqui no blog, decidi abrir espaço pros meus amigos. A partir de hoje, esse blog vai ser compartilhado com alguns do seres que fazem parte da minha vidinha. Isso mesmo!!! Como eu não tenho muito saco, aliás, nenhum(sou mulher, ora!sou desprovida biologicamente, geneticamente de saco hahah)[piada sem graça ¬¬'], vou emprestar o lugar pra quem quiser discutir algum tema, escrever boagens, críticas ou fazer algum debate . Acredito que será interessante, já que todos os meus amigos tem um "Q" de loucura e inteligência, mesmo sendo tãããão diferentes [ ado, aado, cada um no seu quadrado]. Estes seres serão apresentados de acordo com os posts que forem escrevendo, alguns serão em conjunto. Então vamos lá avacalhar esse negócio!!! É um blog nonsense ou não é ? Então vamos DIVERSIFICAR! Libertar as "Ex-pressões", pois todos nós temos direito ao grito!!!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Um mergulho sem volta.




Clarice Lispector nasceu no ano de 1920, na Ucrânia-nem por isso menos brasileira, sendo batizada com o nome de Haia Lispector, Haia significa vida, nome mais que propício para a mulher que transbordou sua obra em existência e preencheu-a com a feminilidade misteriosa de sua alma. Com um pouco mais de um ano de idade, chega ao Brasil. E aqui renasce, a meu ver, a escritora mais sublime da nossa literatura. Quem conhece Clarice, através de suas leituras, com certeza deve ter se perguntado ao menos uma vez "quem é esta mulher?", e um pouco mais tarde, descoberto que não há resposta para tal pergunta. Clarice é sensação, mistério de sentir sem saber, ou até mesmo saber o sentir mas sem saber que o sabe. Essência! Não há explicação, ou se sente Clarice ou não se sente. Comecei a respirar Clarice há pouco, foi amor à primeira leitura, à primeira palavra. Senti como se pudesse sugar cada palavra como um pingo e transbordá-la em oceano. Não é exagero! É uma emoção tão grande, que até o que não entendo eu consigo sentir como se fosse a resposta pra todas as minhas perguntas. Seu primeiro romance "Perto do Coração Selvagem", foi escrito quando ela não tinha mais de desessete anos. Uma linguagem indescrítivel, aconselho a leitura. Mas peço atenção! É um mergulho no estilo clariciano, um mergulho "quase" sem volta. Não há como não se apaixonar. Uma mulher que adimitia ser um mistério pra si mesma, de uma personalidade densa e caleidoscópica, não poderia ser nada menos que "tudo", ou como ela mesma disse "Eu sou mais forte do que eu". Aos amantes do mistério, da beleza e da sinestesia apresento Clarice Lispector.

"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."
"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada."
"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."
"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome."
"E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior que eu mesma, e não me alcanço."
"Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou um o quê? Um quase tudo."

"Sou como você me vê.Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,Depende de quando e como você me vê passar."

Bom, essa é apenas uma pequena parcela da múltipla Clarice. Espero que esse seja apenas um primeiro contato. Pra quem quiser saber um pouco mais é só ir em busca de sua obra. Ou então no site da autora. Boa leitura!

http://www.claricelispector.com.br/Default.aspx

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Esse blog fala de que mesmo?

Hoje quando anunciei a uma amiga (que aqui será chamada de R$) que havia criado um blog, ela, como sempre, me fez uma pergunta-crítica, ou melhor crítica-pergunta, acompanhada de resposta. É! Ela critica, depois faz a pergunta e depois ela mesma responde. Foi mais ou menos assim:
R$ diz:
- Karina, sobre o que fala esse teu blog. Não, porque tu não tens personalidade e nem criatividade pra ser "bloguera"!
Eu (pensando, porque ela nunca me deixa falar):
-Ela me ama!
R$, continuou:
- É um blog com teus poemas? Não, porque se for, ninguém vai ver. As pessoas, hoje em dia, querem saber de coisas interessantes, engraçadas. Ninguém vai entrar num blog pra ler poemas de uma zé ninguém.
Eu (pensando):
- Ela me adimira!
R$ (quase um monólogo):
- Se eu fizesse um blog, com certeza iria "bombar". Olha Ka, tu és muito boazinha, bobinha pra ser crítica, não tens maldade, sabe? Eu sou o contrário, o meu olhar é instantaneamente crítico, eu olho, observo e na mesma hora já tenho uma opinião. Ninguém vai "curtir" o teu blog!
Eu (pensando):
-Ela sempre me dá muita força!
Depois de uma hora de monólogo, eu, enfim, consegui falar alguma coisa:
-Calma R$! Eu criei ontem, ainda não sei bem o que vou fazer com ele. A primeira idéia era realmente postar meus poemas, mas não sei não, queria fazer uma coisa diferente. Só que...EU NÃO TENHO A MÍNIMA IDEIA AINDA do que fazer.
Ps.: Que estranho escrever ideia sem acento!
R$:
- Pois é! Tens que fazer algo interessante.
e blá, blá, blá ...
Pense numa pessoa esdrúxula. Essa é a minha amiga R$ ( o cifrão não é à toa, um dia eu explico). Mas ela é uma boa pessoa, sabe?! Só que isso de "a primeira impressão é que fica" não funciona muito com ela não. É sempre ódio à primeira vista, mas com um tempo e uma boa dose de compreensão e paciência a gente aprende a lidar com ela. Ou pelo menos aturar.
O fato é que ela me fez pensar( na verdade ela é mestra em colocar mil pulgas atrás da orelha de qualquer um). Depois que sai da casa dela, fiquei pensando no que fazer com esse blog recém nascido. É meio complicado, não é?! Eu sou uma zero à esquerda nessas coisas, estou aqui de gaiata mesmo. Mas vamos lá, o mundo é de quem se atreve! hahaha Tomara que eu não quebre a cara! Mas... Isso é bem provável!
Por enquanto esse será um blog sem sentido. É, porque ainda não tenho a mínima noção do que fazer com ele e também não tenho o mínimo jeito pra lidar com essas coisas. Então vou postar o que "me der na telha". Como diz um amigo meu ( tão sem noção quanto esse blog): Vamos tentar a sorte!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Uma breve apresentação:

EU
Sou meu próprio horizonte.
O caminho que se perde em si
E se encontra.
Exagerada como Cazuza;
Melancólica como Renato;
Reflexiva como Chico;
Caleidoscópica como CLarice;
Confusa como Pessoa;
Nonsense como Lobão;
Louca como Rotterdam.
Tenho em mim multidões,
Mas o que mais me completa
É essa gigantesca essêcia
De ser eu mesma sempre.
Em todas as minhas faces
Sou Karina.
Sou um muito d tudo q me falta
E um pouco do que em mim se excede.
Entendeu?
Desista!
Até eu já desisti!
Sou assim.
Assim como?
Incoerente.
E isso não se entende
Nem se explica
Se sente!

Passos.

Hoje quando acordei vi carroças puxando bois e sorri,
Apenas olhei a mim.
O vento levou meus cabelos
E a verdade ficou.
Do que adianta a pressa,
Do que adianta passos rápidos
Dentro d’um elevador?
O mundo está vazio,
Porque tudo que nele havia
Agora está dentro de mim,
É a minha verdade,
O meu tempo de crescer e diminuir.
A carroça passa
Meus olhos acompanham-nas
Mas sei que são carros
Levando gente,
Guiando homens.
Por um momento tenho vontade de parar tudo,
Mandar em tudo,
Fazer com que todos os olhos do mundo
Vejam através dos meus.
Mas o que vejo
É que todos são cegos, assim como eu.
Eu penso,
Eu corro,
Mas meus desejos são tão rasos,
Úmidos apenas,
Lembrança de um rio que nunca passou.
É o tempo,
Eu sei que é!
É ele a resposta pra tudo.
Ninguém tem culpa.
Ninguém sabe pra onde vai.
Eu sou mais um desses desavisados,
Sedentos, desesperados e tolos
Que acreditam na ilusão de ter tudo nas mãos.
Mas tudo passa (o tempo leva)
E as verdades não são verdades pra sempre.
Hoje quando acordei vi tudo isso
Hoje quando acordei conheci a verdade
Hoje, quando chegar minha hora de dormir,
Vou esquecer de tudo que vi.
E esse lapso de pensamento
Estará sempre por concluir.
A minha única verdade
É, simplesmente,
Que devo viver
Antes mesmo de existir
Sem pressa de chegar
Sem pressa de partir.