Talvez eu realmente não tenha nenhum talento pra escrever, mas mesmo tendo plena consciência disso, não consigo parar. É que as vezes, inesperadamente, me vem um suspiro repentino e apaixonado em forma de palavra. Não é inspiração, é necessidade. Às vezes esse suspiro se transforma em canção, outras em silêncio. Mas sempre me liberta, me acalma, me alimenta. E num desses dias, me veio mais um suspiro e saiu esse poeminha simples.
Terra seca.
É saudade.
Os dias passam cheios de preguiça,
A presença enguiça
E nada se move (nem comove):
imóvel-inativo-seco.
É saudade
E a terra é tão fria
A cama vazia mais ainda.
Quando aprendi a chorar,
Parei.
A dor é tranqüilidade
E a outra forma,
A saudade,
É salvação.
Sem lágrima,
Sem ele
Tudo é calma
É vazio de mim
É não-vida.
As palavras voltam
Verdes à árvore.
O pensamento,
À semente.
E o sentimento
(ainda sem nome)
À espera da chuva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Qual o sentido?