segunda-feira, 20 de abril de 2009

Lembrança-Esperança: para um grande amor.

(...)Quero que o meu amor te faça livre,
Que meus dedos não te prendam
Mas contornem teu raro perfil
Como lábios tocam um anel sagrado(...)

(Lya Luft)



Por que ainda te espero se não sei se vens?
Fico a vagabundear metáforas, mas apenas tua imagem, exatamente como é, passeia em minhas letras mal escritas.
Vem...
Minha memória manual te recria no vazio enquanto invento teu cheiro no vento, te reinvento. Sinto.
Estais aqui.
Ouço tua voz a cantar a música que nunca cheguei a ouvir, vejo teus longos dedos a deslizar sobre as cordas do violão numa perfeita harmonia de voz e som.
Teu poema soa nos meus ouvidos, suo em inspirações para os meus sentidos.
Amo-te tanto!
Amo-te ainda.
Amo-te pra sempre...
Sinto teus passos se aproximando do meu quarto fechado, vejo no escuro toda a clareza da tua existência. Nosso segredo, nosso amor calado. Sorrio com tamanha alegria e anseio. Até que sinto teu toque e tremo. Agora estais aqui, esperei tanto!
Estamos, mais uma noite, na mesma cama de solteiro. Estamos, eu e tu, descobrindo-nos num espelho recíproco. Não te saias de mim! Não me perca em si. Repito a modelagem do teu rosto. Não posso esquecê-lo nunca. Sei, de alguma forma, que estarás sempre dentro de mim, assim como agora. É tudo tão perfeito, até mesmo teus defeitos!
O barulho é nosso inimigo, mas sempre nos rimos no silêncio esquecido.
És tão lindo! Suspiro.
És tão linda! Ouço com meus ouvidos quase grudados aos teus lábios.
Eu te amo tanto, mas não me esqueço da partida.
Não me amas, ainda.
Bom dia! Nosso semblante de crianças travessas.
Mais um dia. Mais uma vida.
Agora é despedida.
Meu choro, minha partida.
Meu sonho jogado em tuas mãos.
Tempo tempo tempo tempo...
Quando não esperava mais, me disseste EU TE AMO!
Nunca te esqueci.
Eu também não.
Por que ainda te amo?
Não me importo mais.
Continuarei te esperando.

Essas poucas e pobres palavras são pra dizer que AINDA TE AMO!

Continuas sendo meu sonho!

Até um dia...

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domingo, 19 de abril de 2009

Um outro olhar.

As aparências enganam? Não. Nós que nos enganamos a nós mesmos: medíocres visionários! Tudo é como é, porque a visão da verdade está na nossa verdade, assim como a beleza está nos olhos de quem a vê e não no que se vê, porquanto nem tudo que é visível é a verdade e nem tudo que é oculto é inexistente, ou seja, parafraseando tio Shakspeare (muita audácia da minha parte), há mais coisas entre a aparência e a verdade do que sonha nossa vã hipocrisia. Se digo isso é porque a aparência nada mais é que uma questão de (pré)conceito. E quando falo de preconceito, não falo apenas no sentido pejorativo da palavra, mas principalmente do conceito que é estabelecido precipitadamente, sem qualquer fundamento, conceito que muitas vezes nos impede de ver as coisas e as pessoas exatamente do jeito que elas são.

Claro que se há de convir que a possibilidade de sermos enganados pelos nossos próprios olhos é gigantesca, é como se o mundo conspirasse para a nossa cegueira, não a cegueira no sentido literal, mas a cegueira perceptiva, sensitiva, pois até o olhar mais sensível pode se enganar diante das aparências e se isso acontece é porque há vários tipos de verdade, por exemplo: as dissimuladas, as que se fundem com mentiras ou invenções, as verdades que já foram mentiras e as verdades relativas. E é essa pluralidade que confunde nossos sentidos e enevoam nossa visão. Mas nada é impossível (com exceção da própria impossibilidade), basta querer ver além das aparências.

Mas, mas, mas...Eeee ei tia, como a gente faz isso?

Elementar meus caros:

TUDO É UMA QUESTÃO DE SENTIR.

(É, eu sei que já disse isso algumas vezes, mas vou bater nessa tecla sempre!)

Acabou aquela história de que a primeira impressão é a que fica, vamos pensar e sentir uma pouco mais! Chega daquela história de “meu santo não bateu com o dele(a)”! Chega de julgar pela aparência! Chega de conceitos pré estabelecidos! Chega!!!
Assim como eu cansei da superficialidade burra de julgar as pessoas pela aparência, cansei mais ainda de ser julgada. Por isso agora eu busco a simplicidade da verdade. Sim, porque a verdade é simples, mas eterna , enquanto que a aparência é complexa porque é, quase sempre, mascarada e por isso fugaz.

Ver além do que se pode ver e menos do que se pode sentir: essa é a única aparência que atribuo aos meus sentidos, minha verdade absoluta.

Vamos lá, não é tão difícil assim! Vamos atribuir um pouco mais de essência às pessoas e a tudo. Vamos sentir mais e julgar menos. Vamos ouvir mais e falar menos. Porque tudo é exatamente como é, o que define a sinceridade é a forma como vemos e sentimos, é a sinceridade do nosso olhar. A verdade é simplesmente uma questão de reciprocidade: um espelho.

Por isso, não se enganem com “suas” aparências!


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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Sentido: fazer e ser.

As coisas fazem sentido quando elas não fazem sentido nenhum. Hoje parei pra pensar nisso e pensar no que me faz pensar e fazer ou não isso. Fazer sentido pra mim é falta de criatividade, que graça tem? Acho que foi o Woody Allen que disse uma vez que “a coerência é o fantasma das mentes pequenas”, não que eu seja genial ou coisa parecida, na verdade passo bem longe disso, mas eu acho que nunca fui uma pessoa muito coerente e no meu caso isso me pareceu sempre falta de inteligência mesmo (malditos genes loiros!). É engraçado, quando eu escrevo minhas bobagens, escrevo sem pensar, são palavras aleatórias que vou juntando uma a uma, sem prestar atenção se elas fazem ou não sentido e no fim não é que acabam fazendo! É meio maluco e eu adoro que seja assim. É simples: eu só escrevo porque eu preciso, é só. Mas não era sobre mim que queria falar e sim sobre coisas que não fazem sentido, mas que, no fundo, fazem. Será que Freud explica? Veremos.

Pra começar vou usar uma frase de um amigo meu, o Elias. Ele por si só não faz sentido algum, mas a frase é mais interessante. Vamos a ela:

“ Lá vem a lua no céu, redonda como um tamanco. Se não gostas de mim, por que mataste o cachorro?”

Bom, Freud diria que ele tem um distúrbio psicológico gravíssimo. Professor Pasquale o reprovaria por incoerência textual. A Carla Perez diria que ele é um gênio. Eu, provavelmente, concordaria com a Carla Perez, porque querendo ou não isso faz sentido. Vai levar uma tamancada de uma mulher raivosa depois de ela ter pisado na merda pra ver se você não vai ver a lua! Não é uma forma poética de se dizer uma coisa dessas? O Elias é um poeta. Tenho muito orgulho dos meus amigos. *hum**hum**cof**cof*.

Além das frases de impacto, como a do meu “queridíssimo” amigo, há também muitas outras coisas que aparentemente não fazem sentido. Os sonhos, por exemplo, eles tem por característica intrínseca a falta de senso, uma não obediência às leis que nos regem quando estamos acordados. Os meus então, são uma confusão só e eu quase nunca os entendo, mas até a falta de coerência do sonho tem um significado. Freud explica! Pra ele o sonho é a realização de um desejo, mesmo que tal desejo seja um desejo recalcado, não assumido. Por exemplo, quem nunca, em sonho, teve uma noite de amor inesquecível com uma pessoa que na vida real seria impossível? Quem nunca “pegou” a namorada(o) de um amigo(a), no sonho? Quem nunca pecou em sonho que atire a primeira pedra! Eu não vou atirar essa pedra porque sou contra a violência. Há! Meu sonho! [risos]

Outro exemplo nonsense é torcer por um time (sem citar nomes) que está na terceira divisão e ainda correndo o risco de ser rebaixado pra uma quarta divisão, isso parece não fazer sentido. Mas vai dizer isso pra um torcedor fanático e iludido. Que fique bem claro que não tenho nada contra a paixão dos brasileiros pelo futebol, mas deve ser triste torcer pra um time que já está no fundo do poço e só não cai mais porque a CBF ainda não inventou uma quinta divisão, ainda! Enfim, o simples fato de torcer, a emoção, a adrenalina, geram todo o sentido do ato, pelo menos é o que eu acho, não que eu entenda de futebol, mas como não achei nenhuma explicação convincente, vai a minha mesmo e vocês vão ter que engolir!

Agora vamos analisar as questões sentimentalóides. Ah o amor! O amor é lindo vocês não acham? Eu não. Mas vou explicar o por que. O amor por si só é um contra-senso, é a Síndrome de Estocolmo disfarçada. Como é que nós, seres humanos, conseguimos devotar tanto amor a pessoas que nos fazem sofrer? Como conseguimos não amar a quem nos ama? E, principalmente, por que nunca estamos satisfeitos, mesmo quando nosso amor é correspondido? Não consigo entender o fato de que a maiorias das pessoas passam a vida buscando o amor verdadeiro, como se fosse a coisa mais maravilhosa do mundo, a perfeição em forma de sentimento. E não é. Se formos colocar numa balança os prós e os contras que o amor nos traz, veremos que nem sempre compensa, pois muitas vezes o amor traz mais sofrimentos que alegrias e isso não parece nada coerente: a busca incansável de uma coisa que, no fim, acaba não correspondendo nossas expectativas. Mas...MUITA CALMA NESSA HORA! O amor tem sua graça sim. Esse maniqueísmo paradoxal é a mais estonteante sensação que podemos sentir na vida. A não certeza de nada. O não fazer sentido nenhum e o querer sentir mais e mais. Sabem porque? Por que todo ser humano, bom ou mau, é movido pelo amor. Porque o amor é a imperfeição que se iguala mais perfeitamente com nossas imperfeições, ou seja, nós e o sentimento denominado amor, somos farinha do mesmo saco. Basta colocar um copo d’água e o chibé está pronto!

E por fim, qual é o sentido de uma pessoa que não faz sentido estar escrevendo um texto sobre fazer ou não sentido? Nenhum! E precisa? Tudo depende da forma que vemos as coisas e lidamos com as situações que a vida nos impõe. Basta sentir. E tudo será “sentido”.


Karina Lobo, em 01/04

Merece um post!

Esse texto foi escrito pelo meu amigo Elias como comentário do post anterior( poema (en)contra língua). O merecimento vai pelo fato de que ele NUNCA escreve em poesia, ou pelo menos até agora. Um dia, se ele permitir, espero postar aqui algum texo em prosa dele. Muito bem cabeção! Foi um belo começo e valeu mesmo! Eu não disse que só tenho amigos inteligentes!^^ hehehe




Quem precisa de língua-pátria?
Quem precisa, de fato, falar?
O que precisamos é nos comunicar,
de forma clara e eloqüente, com trema, sem teima, sem deixar de fazer, de dizer, de pensar.
Se é para ser dito, que seja declamado
Se é para pensar, que seja meditado
Se é para ensinar, prefiro um velho ditado
Afinal para que serve a língua, senão para lubrificar a saída do que temos em mente,
e para sorver os sabores da vida?
Que se explodam os gramáticos, que os linguistas vão pelos ares.
O que eu tenho para dizer, eu digo com as mãos, eu gesticulo com os olhos, eu choro com o pensamento, na língua que nasci, nas que aprendi quando cresci ou na qual morrerei.
E tudo o que eu gostaria de saber agora é: Whadda fuck is happening with this damn world?
Peace! ^^y